segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pregação, motivação e vida pessoal





Como continuação do assunto do texto anterior (clique aqui) falarei hoje sobre como a vida pessoal do cristão influencia em sua pregação.




Pessoalmente eu prefiro ouvir a pregação do cara aí de cima do que deste aí  embaixo...


Eis aqui um assunto que gera muito pano pra manga: pode um adúltero pregar sobre o adultério? Pode um fumante pregar contra o cigarro? Pode um picareta falar de vida com Deus? A resposta é: DEPENDE.  Mas depende unicamente de quem ouve, da maturidade de quem ouve.

No início de nossa caminhada com Deus muitos de nós acreditamos que existem pessoas que são santas e dignas de fazer a obra de Deus, ledo engano. De fato se olhássemos quem realmente merece estar ali falando da palavra não haveria ninguém, ninguém! Até mesmo Paulo que foi o homem mais usado para escrever a palavra de Deus não serviria, olha como ele se descreve em Timóteo:

"Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. "
1 Timóteo 1:15



Mas então porque mesmo tendo consciência disso insistimos em fazer meritocracia na hora da pregação? 

"Não aguento ver fulano pregando porque sei coisas horríveis sobre ele..."

"Você vai na igreja dele? Ele traiu a esposa dele na frente de todo mundo!!"

"O José fala mal de todo mundo e ainda quer falar de Deus..."


Fazemos isso porque somos crianças imaturas que ainda dependem de bengalas para manter uma vida espiritual rasa, morna e cheia de limitações. Fazemos isso porque ainda existe a lógica farisáica de achar que alguém é mais santo e mais digno do que outros (não muito raramente nós mesmos estamos no topo dessa escala).

E é justamente por causa dessa imaturidade que ministérios acabam, pessoas são difamadas e o evangelho deixa de proliferar em alguns lugares. A palavra de Deus independe totalmente do pregador quando este está falando puramente dela. Se um psicopata ler um texto bíblico em sua origem, o texto está lido e quem quiser ouvir e receber assim acontecerá. O texto não perde sua eficácia, é a mente de quem ouve que o limita.

Toda vez que Paulo orienta aos pregadores das cidades das quais ele era apóstolo, ele fala no sentido de não escandalizar os mais fracos. Em momento algum ele fala  que a palavra perderá sua eficácia. Repetindo o que citei no último texto, Paulo em Filipenses capítulo 1 fala que não importa o motivo que levava à pregação, o que importava é que a palavra fosse pregada.

"Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda."
Filipenses 1:18



Infelizmente não podemos evitar que haja cristãos imaturos e portanto devemos tomar MUITO cuidado com o nosso comportamento quando estamos em alguma posição de referência. Mas a nós mesmos podemos melhorar de forma que devemos ser mais maduros no tocante às pregações. É incrível como Deus fala através de pessoas e situações “religiosamente improváveis” se apenas aprendermos a ouvir Deus independente da fonte. Se o sujeito traiu a mulher dele e quer falar de fidelidade, escute!! O comportamento dele não influencia na verdade dita e talvez por ele ter experiência “prática” ele tenha até coisas interessantes para dizer. Deus pode falar através dele e quem limita a voz de Deus na sua vida é sua mente e não a falta de santidade do sujeito, afinal, quem é santo suficiente para falar qualquer mínima coisa a respeito de Deus?

"Eu sou santo o suficiente para pregar, eu sou!"




"Me tornei seu inimigo porque te disse a verdade?"
Gálatas 4:16

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