"Vai amor aí?" |
Todo cristão sabe (ou deveria saber) que a base do evangelho
está no amor. Mesmo isto sendo a base de toda a fé cristã é uma das coisas mais
raras que temos visto atualmente, seja pela falta de prática pura do amor, ou pela prática do falso amor. Não praticar o amor todo mundo já imagina o
que seja, mas o falso amor é mais mascarado, mais discreto e às vezes passa
despercebido.
Para definir o que é falso amor devemos ter um padrão de
referência que é o amor verdadeiro. Podemos encontrar essa definição em ICoríntios capítulo 13 que é um texto mais usado em casamento e música romântica
do que na vida prática. Entre diversas características vou destacar só uma: "o
amor não busca seu próprio interesse".
Uma coisa que acontece muito no meio daqueles que se promulgam
cristãos é a mercantilização do amor: a caridade como moeda de troca. E a negociação
funciona da seguinte forma:
O vendedor (pregador) se aproxima do cliente (o ímpio) com a mercadoria (alguma
demonstração de "amor": atenção, comida, serviços) com a finalidade ao final
efetuar a transação (uma oração de salvação e uma carteirinha de membro
preenchida). Se no fim a transação for um sucesso, maravilha de Jeová!! O
cliente continuará a receber sua carga de amor enquanto for membro da
instituição. Se ao final não der certo, maldito tinhoso! O fornecimento será
bruscamente interrompido até que o cliente demonstre interesse em nova
negociação.
Pode ter parecido uma análise fria e calculista mas é dessa
forma que ocorre. Quando a pessoa não aceita Jesus ou não se torna membro da
instituição (que na maioria dos casos é o objetivo principal) o serviço que
está sendo prestado simplesmente é interrompido. Não importando se a pessoa
está faminta, carente de atenção, depressiva, triste, desamparada... Porque se
não compartilhar a mesma fé ou a mesma carteirinha religiosa então vá para o raio que o parta!
Amor não deve ser moeda de troca. Quantas vezes damos ouvido
e atenção a uma pessoa só porque esperamos que no fim ela aceite Jesus... Certamente este é um desejo grande que devemos ter em todo o tempo, mas não
deve ser a motivação para que amemos uma pessoa. O amor não deve ter motivação.
Se o indivíduo já disse claramente que não quer Jesus eu devo então parar de
ajudá-lo? Será que toda vez que me aproximo e sou amável com alguém é com o
objetivo final que ela repita uma oração comigo no final?
"Me tornei seu inimigo porque te disse a verdade?"
Gálatas 4:16
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