terça-feira, 3 de maio de 2011

AUTORIDADE ESPIRITUAL

 
Esse é um tema que gera uma certa polêmica por vários motivos. O primeiro deles é que sempre que se fala de autoridade espiritual no sentido de negar algum aspecto existe o medo de estar sendo rebelde e sofrer severas consequências. O segundo é que existe um severo mecanismo de repressão por parte desses que se dizem autoridades no sentido de anular qualquer crítica, como o exemplo citado acima: tratar quem critica como rebelde e cheio de satanás. Mas esse mecanismo só funciona por causa da falta de conhecimento do povo de Deus. Quando se conhece a verdade temos a liberdade de falar sobre isso sem medo.

Existem alguns preceito e regras lógicas que regem o princípio de autoridade, qualquer que ela seja:

-  Preceito 1: Toda autoridade é constituída por Deus e devemos obedecê-las
(Rm 13:1,2 e 1 Pe 2:13)


-  Preceito 2: Deus não quebra uma autoridade dada por Ele.  


-  Preceito 3: Toda autoridade tem sua jurisdição, ou seja sua área de atuação.



Partindo apenas desses princípios, construiremos um raciocínio lógico e bíblico acerca do assunto. Vamos começar por uma situação extrema que clareia o raciocínio. Imagine a relação de um professor com um aluno. O professor é autoridade instituída por Deus na vida daquele aluno, se o professor mandar que o aluno cale-se, ele deve obedecer. Mas esta autoridade se limita ao ambiente escolar, ou seja, o professor não tem autoridade fora dos limites acadêmicos. Por exemplo: se o professor disser ao aluno para não orar antes de dormir, sabendo que o professor é autoridade instituída por Deus, o aluno deve obedecer? É claro que não!! Porque a autoridade do professor é instituída por Deus mas possui seus limites, sua área de atuação. E dentro das igrejas? Qual a área de atuação de seus líderes eclesiásticos?

É uma tendência humana querer tomar o lugar de Deus (conforme exposto anteriormente na série “dEUS NA COLEIRA”) e isto não é um fenômeno moderno, do fim dos tempos. A igreja católica vem fazendo isso há séculos. Durante milhares de anos padres invadiram a vida espiritual dos fiéis ditando-lhes a “vontade de Deus” e limitando o acesso a Ele. Muitas igrejas protestantes têm vivido essa modinha atualmente, e é sobre isso que iremos tratar. Até que ponto o pastor tem poder sobre sua vida? E seu líder de ministério?

É muito comum ouvir nas igrejas sobre os dois primeiros preceitos que citei acima, o terceiro que é meio incoveninete. Combinando os dois primeiros princípios com a ignorância dos fiéis vários líderes espirituais têm escravizado ovelhas. Respondendo às indagações acima, a autoridade do seu pastor ou líder de ministério vai até onde o ministério que ele lidera atua. Não é da competência dele regular sua vida pessoal com Deus muito menos seu propósito.

A ÚNICA AUTORIDADE SOBRE SUA VIDA ESPIRITUAL COM DEUS, É O PRÓPRIO.

Quando Deus lhe mandar fazer alguma coisa, e você tiver certeza disso, não deve sair por aí perguntando aos seus líderes se deve fazer isso. Deus pode mandar que faça algo que seja totalmente contrário ao pensamento de seus líderes, como por exemplo, evangelizar em lugares incomuns.

Paulo conta, que quando foi chamado a pregar, não saiu perguntando àqueles que antes dele eram autoridades eclasiásticas, ou seja, quando Deus mandou ele fazer algo, não pediu permissão a ninguém, Pedro, que era um dos líderes da igreja primitiva, Paulo só teve com ele 3 anos depois de iniciar seu ministério.

“Mas Deus me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça. Quando lhe agradou
revelar o seu Filho em mim para que eu o anunciasse entre os gentios, não consultei pessoa alguma.
Tampouco subi a Jerusalém para ver os que já eram apóstolos antes de mim, mas de imediato parti para a Arábia, e tornei a voltar a Damasco.
Depois de três anos, subi a Jerusalém para conhecer Pedro pessoalmente, e estive com ele quinze dias.”
Gálatas 1:15-18 [NVI]


Outra coisa, a maior autoridade espiritual (bem maior que qualquer homem possui hoje) do tempo de Jesus era o sumo-sacerdote Caifás (Jo 18:24). Quando o ministério de Jesus começou a ser claramente manifesto entre os homens, o mais indignado era Caifás, tanto é que foi o próprio que começou a conspiração para matarem Jesus (Jo 11:49-53). Jesus foi rebelde por não se sujeitar a Caifás? De forma alguma, porque Caifás não tinha autoridade sobre Jesus nesse aspecto. Repito: toda autoridade tem sua jurisdição.

Em toda a bíblia, Deus nunca passou por cima de uma autoridade política, mas nunca deixou que um político entrasse na vida espiritual de seu povo. Como no caso de Faraó por exemplo, Deus não tirou o povo de lá por baixo dos panos, mas pela porta da frente, com a permissão de Faraó. Mas quando Nabucodonosor ordenou que o povo se ajoelhasse perante outros deuses Deus estava ao lado dos “rebeldes” que se recusaram.

Qual o papel do pastor (ou padre, ou bispo, ou qualquer outro nome que seja em sua congregação) deve ter? Vamos à bíblia:

“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória.”
I Pe 5:2-4

A função do pastor é bem simples: apascentar! Não é ter domínio sobre os membros, não é ser pastor por ganância (ouviram??), sem forçar a pessoa a fazer nada, pois sabemos que servir a Deus por obrigação é algo que simplesmente não existe.


Hoje muitos têm sido impedidos de agir por causa do jugo da servidão, são discípulos de pastores mas não de Cristo. Muita gente quando é chamada por Deus para alguma missão se esconde por trás da resposta negativa de sua liderança: “Deus me mandou pregar aos hippies, mas meu pastor não deixou, eu lavo minhas mãos e depois o pastor acerta com Deus.”.
Quem falou que você tem que pedir opinião quando Deus te manda fazer alguma coisa? Estaria Deus engando e precisando de palpite? Ou você quer se esquivar de seu chamado?

Meu caro, no dia do juízo estarei eu e Deus cara a cara, meu pastor (um abraço pra ele!!) não vai estar comigo não. E Deus vai cobrar DE MIM tudo que Ele me mandou fazer  e eu fui relapso. E você acha que o argumento: “Mas Deus, meu pastor não deixou..”  vai ser válido? De que lugar da bíblia o povo tirou isso??

“Me tornei seu inimigo porque te disse a verdade?”
Gálatas 4:16

3 comentários:

  1. lívia (sua irmÃ)4 de maio de 2011 às 18:38

    um abraço pro seu pastor tbm..ele é gente fina..rs

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  2. Muito bom!O Apóstolo Paulo tinha certeza que a voz advinda daquela luz, era o próprio Jesus, ele teve a convicção do seu chamado para pregar aos gentios,exercendo o apostolado mesmo fora dos padrões da igreja primitiva. Atos 1:21-22, Paulo não conviveu com Jesus,não estava no batismo de João e não testemunhou a ressurreição de Jesus, mesmo assim não conseguiram colocá-lo na "coleira" ministerial, e se tornou o maior Apóstolo aos gentios! Autoridade espiritual, um bom tema para ser abordado para as mentes pensantes, porém esse mesmo apóstolo nos dá uma humilde lição, ele nunca esfregou suas credencias apostólicas na face de ninguém e toda vez que ele começa suas cartas ele afirma: " Paulo chamado para ser apóstolo", resumindo, o seu nome era maior que o seu título, autoridade espiritual eu só possuo quando sou conhecido pelo meu nome no mundo espiritual e não pelo meu título.

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  3. Na verdade a humildade de Paulo foi crescendo gradativamente com o tempo, como se o Espírito Santo cada dia mais revelasse a ele o quanto ele era dependente de Deus.
    Em 1Co 15:9 ele diz ser o MENOR DOS APÓSTOLOS, em Ef 3:8 ele diz ser o MENOR DOS SANTOS, e em
    I Tm 1:15 ele diz o PRINCIPAL DOS PECADORES.

    Isto para mim significou que quanto mais santarrão estou me achando, mais longe estou da luz da verdade que revela o meu verdadeiro eu.

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