sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Vende-se amor


"Vai amor aí?"


Todo cristão sabe (ou deveria saber) que a base do evangelho está no amor. Mesmo isto sendo a base de toda a fé cristã é uma das coisas mais raras que temos visto atualmente, seja pela falta de prática pura do amor, ou pela prática do falso amor. Não praticar o amor todo mundo já imagina o que seja, mas o falso amor é mais mascarado, mais discreto e às vezes passa despercebido. 

Para definir o que é falso amor devemos ter um padrão de referência que é o amor verdadeiro. Podemos encontrar essa definição em ICoríntios capítulo 13 que é um texto mais usado em casamento e música romântica do que na vida prática. Entre diversas características vou destacar só uma: "o amor não busca seu próprio interesse".

Uma coisa que acontece muito no meio daqueles que se promulgam cristãos é a mercantilização do amor: a caridade como moeda de troca. E a negociação funciona da seguinte forma: 


O vendedor (pregador) se aproxima do cliente (o ímpio) com a mercadoria (alguma demonstração de "amor": atenção, comida, serviços) com a finalidade ao final efetuar a transação (uma oração de salvação e uma carteirinha de membro preenchida). Se no fim a transação for um sucesso, maravilha de Jeová!! O cliente continuará a receber sua carga de amor enquanto for membro da instituição. Se ao final não der certo, maldito tinhoso! O fornecimento será bruscamente interrompido até que o cliente demonstre interesse em nova negociação.


Pode ter parecido uma análise fria e calculista mas é dessa forma que ocorre. Quando a pessoa não aceita Jesus ou não se torna membro da instituição (que na maioria dos casos é o objetivo principal) o serviço que está sendo prestado simplesmente é interrompido. Não importando se a pessoa está faminta, carente de atenção, depressiva, triste, desamparada... Porque se não compartilhar a mesma fé ou a mesma carteirinha religiosa então  vá para o raio que o parta!



Amor não deve ser moeda de troca. Quantas vezes damos ouvido e atenção a uma pessoa só porque esperamos que no fim ela aceite Jesus... Certamente este é um desejo grande que devemos ter em todo o tempo, mas não deve ser a motivação para que amemos uma pessoa. O amor não deve ter motivação. Se o indivíduo já disse claramente que não quer Jesus eu devo então parar de ajudá-lo? Será que toda vez que me aproximo e sou amável com alguém é com o objetivo final que ela repita uma oração comigo no final?



"Me tornei seu inimigo porque te disse a verdade?"
Gálatas 4:16